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Setor aeroagrícola segue em curva ascendente

Frota cresceu 3,4% em 2021, chegando a 2.432 aeronaves – número que só não foi maior porque a demanda (que permanece alta) superou a capacidade da indústria aeronáutica

Publicado em: 13/07/22, 
às 11:22
, por IBRAVAG

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A aviação agrícola brasileira entrou 2022 com uma frota de 2.432 aeronaves – 2.409 aviões e 23 helicópteros. O que representa um crescimento de 3,40% – equivalente a 80 novos aparelhos, em relação ao ano anterior. Os dados fazem parte do levantamento Frota Brasileira de Aeronaves Agrícolas, elaborado pelo ex-diretor da entidade e consultor Eduardo Cordeiro de Araújo junto ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Araújo considerou o retrato do setor até 31 de dezembro do ano passado – indicando a situação da frota na virada para 2022. Com isso, o Brasil mantém a posição de segunda maior força aérea agrícola do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos (que tem mais de 3,6 mil aeronaves) e à frente de países como Argentina, Austrália, Canadá, Costa Rica e Nova Zelândia.

No ranking por Estados, o Mato Grosso segue liderando, agora com 600 aviões agrícolas (24,67% da frota do País). O Rio Grande do Sul aparece em segundo, com 419 aviões (17,22%) e à frente de outros 22 Estados (confira na tabela ao lado).

OPERADORES

Eduardo Araújo se debruçou também sobre a distribuição das aeronaves entre os tipos de operadores aeroagrícolas: neste caso, com estudo Operadores Brasileiros de Aviação Agrícola. Onde apontou que 860 aeronaves agrícolas (35,36% da frota) pertencem a 758 operadores privados (categoria TPP, que abrange fazendeiros, cooperativas ou empresas de produção que têm seus próprios aviões).

Já as empresas aeroagrícolas (categoria SAE, que são os prestadores de serviços para terceiros) têm 1.541 aeronaves 63,36% do total. O saldo da conta (1,29%) abrange os aparelhos de governos federal ou estaduais (por exemplo, dos Corpos de Bombeiros de Goiás e Mato Grosso) além de um protótipo e aeronaves de instrução (das escolas de pilotos agrícolas).

Expectativas de incremento para 2023

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Thiago Magalhães Silva, lembra que o mercado brasileiro pedia pelo menos 50 aeronaves a mais do que as 80 que entraram em 2021, segundo estimativas da entidade aeroagrícola. O dirigente aposta que a demanda permaneça em alta neste ano, tendo como base não só a expectativa de crescimento acima dos 5% para a safra de grãos 2022/23 – segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas também por indicadores do setor aéreo norte-americano (confira no QR Code).

Conforme a Associação Nacional de Aviação Agrícola dos Estados Unidos (NAAA, na sigla em inglês), a tendência (por lá) é de novo aumento na demanda por aplicações aéreas em lavouras em 2022. Por uma matemática que vale também para terras brasileiras: a carência de alguns suprimentos e o alto preço dos insumos são fatores determinantes para a curva ascendente na procura por serviços aeroagrícolas. Justamente pelas credenciais de ferramenta de maior eficiência e que melhor ajuda a maximizar a produção.

Outro número de lá que dá indicativos do que ocorre por aqui é a aposta de que a maior demanda aeroagrícola impulsione o valor que a aviação agrícola agrega anualmente à economia dos EUA. Algo estimado em 37 bilhões de dólares, segundo estudo divulgado ano passado pela Texas A&M University. O valor considera não só o ganho pela eficiência aeroagrícola da porteira para dentro, mas também o reflexo desse incremento sobre outros elos da cadeia do agro (transporte, armazenamento e processamento, por exemplo).

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