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Piloto agrícola narra as emoções de translados do Paraná ao Mato Grosso

Quarto livro de Francisco de Moura Pereira traz situações divertidas e outras nem tanto que aconteceram nos bastidores de operações

Publicado em: 02/07/24, 
às 18:42
, por IBRAVAG

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“Santo Antônio do Leverger já estava próxima. (…). Três horas e meia de voo, depois de ter decolado de Campo Grande, pousei na pista asfaltada da cidade do santo casamenteiro.” A frase refere-se a um translado entre Palotina/PR e Mato Grosso feito pelo então piloto agrícola  Francisco de Moura Pereira, para os amigos Xico. Agora, já aposentado, ele volta ao aeroporto distante 50 quilômetros de Cuiabá/MT, para o lançamento do seu quarto livro – Do Paraná ao Mato Grosso –, que traz entre tantas outras narrativas a história Chegando a Santo Antônio.

As experiências vivenciadas ao longo dos seus 35 anos como piloto agrícola, Pereira resolveu formatar em livro depois da aposentadoria, que chegou em 2019. No entanto, começou a escrever mesmo 15 anos antes de parar de voar, embora tenha textos datados de 1999. O ponto de partida foi um episódio que ocorreu em Mato Grosso, quando se viu perdido durante três horas pilotando um Ipanema. História que conta em seu primeiro livro Aventuras de um Matabixo (Editora Cidade), que já está em sua segunda edição. O termo matabixo explica que é como são chamados os pilotos agrícolas.

Depois, Pereira lançou Voando no Algodão – Nos Tempos da Lagoa Feia. “Este livro foi a pedido”, destaca o escritor, que fala sobre os episódios que marcaram o ano de 1997, período que trabalhou na região do município de Ituverava/SP. Porém, fique atento. O próprio autor revela que as histórias são baseadas em fatos reais, “mas com algum floreio, para tornar o fato ainda mais interessante”. A terceira obra chega ao mercado com o título O Tempo e o Pasto – Uma vida sobre asas, que aborda os desafios, como as panes em pleno ar. “Sempre narrando os fatos de maneira gostosa”, reforça o escritor.

Por sinal, uma característica da obra de Pereira é a linguagem fluida e de fácil entendimento mesmo para pessoas sem conhecimento da tecnologia. “A maioria das histórias refere-se aos bastidores das operações agrícolas, abordando situações experenciadas pelos pilotos no campo, na fazenda, nos alojamentos”, pontua o escritor.

Neste quarto livro com lançamento no Aeroporto de Santo Antônio do Leverger, durante o Congresso da Aviação Agrícola do Brasil & Congresso Mercosul, Pereira fala dos voos de translados, mas também dos bons lugares por onde passou, da boa comida do restaurante flutuante, das fazendas por onde esteve. “Conto as coisas que aconteceram no meio do caminho e das pessoas que encontrei”, sinaliza o piloto agrícola, sobre a obra que vem com prefácio assinado pelo professor doutor Wellington Pereira Alencar de Carvalho, coordenador em Aviação Agrícola.

“Todo piloto é um contador de histórias”

Francisco de Moura Pereira ainda tem muita história para contar, tanto que já anuncia que vem mais livros por aí. “Todo piloto é um contador de histórias”, diz Pereira, lembrando que não foge à regra. Assim, a linguagem das conversas com os amigos passou para a escrita, imprimindo leveza aos textos. Falando em amigos, foram eles que incentivaram o piloto agrícola a escrever suas histórias.

Tudo começou nas rodinhas de conversa. Depois, quando surgiu o Facebook, começou a postar alguns contos curtinhos. “Os amigos acharam interessante, e eu começou a achar que era legal. Aí, resolvi formatar meu primeiro livro, no qual inseri um pouco da minha biografia”, conta Pereira. E depois não parou mais de escrever.

Hoje, aos 67 anos, aposentado desde os 63 anos, segue uma rotina entre o aeroclube de Sorocaba/SP, onde mora. Viagens e passeios também estão na rotina, sem esquecer de dedicar algumas horas do dia para passar para o papel as lembranças dos 35 anos como piloto agrícola. Uma saga que começou em 1984, quando fez o 20º Cavag (Curso de Piloto Agrícola), na extinta Fazenda Ipanema, em Iperó/SP.

Hoje, aposentado, faz alguns voos executivos, mas não entrou mais em um avião agrícola. O contato com o setor segue  com palestras sobre boas práticas aeroagrícolas e sobre a segurança na aviação agrícola sempre que é convidado pelos professores dos cursos de formação de pilotos. “É um prazer e uma forma de me manter atualizado, além de contribuir para o bem dos pilotos que estão começando”, conclui.

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