Pesquisa pioneira na América Latina testou a eficiência de seis modelos de aviões agrícolas no combate a incêndios em um verdadeiro laboratório montado a céu aberto na base da Imagem Aviação Agrícola, em São José do Rio Preto. O projeto realizado em maio reuniu aeronaves também da Pachu Aviação Agrícola (Olímpia), Produtiva Aeroagrícola (Orlândia) e Vale do Paranapanema Aviação Agrícola (Assis). Todas são empresas paulistas e utilizam no aparelho comportas hidráulicas fabricadas pela paranaense Zanoni Equipamentos.
O experimento gerou o primeiro protocolo de combate a incêndio com aeronave agrícola a partir da análise do desempenho do Ipanema 202, fabricado pela Embraer; dos modelos AT 402, 502, 602 e 802, da norte-americana Air Tractor, e o Thrush 510, da Thrush Aircraft (também dos Estados Unidos) – com capacidades entre 950 e 3,1 mil litros de água. As aeronaves fizeram um circuito onde lançaram água sobre faixas cobertas por milhares de estacas com copos plásticos. Sistema que permitiu avaliar com precisão a largura e distância da faixa coberta pelos lançamentos e ainda a densidade de água em cada ponto.
A avaliação ficou sob a responsabilidade da Sabri – Sabedoria Agrícola (especializada em avaliação, calibração e regulagem de equipamentos embarcados) e da RTC – Gestão de Riscos e Treinamentos (focada em diagnóstico, treinamento e implantação de estratégias, ferramentas e sistemas de prevenção e combate a incêndios). As empresas mediram a efetividade de cada um dos modelos para diferentes tipos de estratégias contra as chamas.
CASE INTERNACIONAL
Ao todo, a pesquisa mobilizou mais de 50 profissionais e contou com o apoio do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e do curso de Agronomia do Centro Universitário de Rio Preto (Unirp). O assistente de negócios da Zanoni Equipamentos, Lucas Zanoni, destacou que “as informações coletadas são um case internacional para discussão sobre o uso de aeronaves agrícolas no combate a incêndios”. Isso, além de ajudar os contratantes (como usinas, produtores rurais e governos) a compreenderem melhor as tecnologias de combate aéreo a incêndio.
Conforme Zanoni, o trabalho foi idealizado para se avaliar o desempenho de cada tipo de aeronave agrícola no combate a incêndio, mensurando a área de molhamento e a deposição dos alijamentos com diferentes tecnologias. A partir desses dados (usando um modelo matemático específico) será possível analisar a efetividade de cada avião contra diferentes tipos de incêndio e, assim, determinar melhores práticas para o setor. “Trata-se da primeira estação de pesquisa em combate aéreo a incêndio da América Latina”, pontua.
O sócio-gerente da Imagem Aviação Agrícola (e vice-presidente do Sindag), Jorge Humberto Toledo, que também é um dos idealizadores do projeto, observa que esse trabalho demonstra o alto grau de maturidade do setor aeroagrícola do País em combate a incêndios. “Temos avançado bastante em busca de um padrão de excelência que esteja atento às necessidades e à realidade brasileira”, comentou Toledo.