Todos os custos operacionais que precisam ser considerados na hora de elaborar o preço do serviço e, assim, não comprometer a empresa a médio e longo prazos, incluindo de um comparativo por região e tipo de lavoura. Esses foram alguns dos tópicos da Palestra Web Formação dos Custos Aeroagrícola – uma pesquisa nacional de preços, promovida no dia 11 de março pelo Sindag. A apresentação ficou a cargo do doutor em agronegócio Cristian Foguesatto, que colocou na tela os resultados de um levantamento que abrangeu cerca de 50 empresas aeroagrícolas, em 10 culturas e 12 Estados brasileiros.
A pesquisa foi realizada em parceria entre o sindicato aeroagrícola e o Grupo Rara (onde Foguesatto atua) e analisou 30 tipos de custos, considerando operações aeroagrícolas em lavouras de algodão, arroz, banana, café, cana, eucalipto, feijão, milho, soja e pastagens. “Também levamos em conta vários modelos de aeronaves, das fabricantes Embraer, Air Tractor e Thrush”, completou o palestrante.
Em mais de uma hora de apresentação, o professor destacou a necessidade de atenção a custos que, por não serem imediatos, muitas vezes não são computados pelos empresários na hora de chegar a um preço por hectare para suas operações. “Uma empresa trabalhando a 40 reais o hectare pode não estar tendo uma margem alta, ao passo que a concorrente atuando a 20 reais não percebe que está tendo prejuízo e, enquanto isso, vai acabando com o mercado”, exemplificou.
FATORES
Entre as cifras que às vezes passam batido na hora de precificar, está a depreciação da aeronave (para renovação futura da frota) e despesas com seguros (não só o RETA, mas também o de casco, por exemplo). “Elas não só minam a capacidade de modernização da empresa, como colocam sob risco sua própria sobrevivência no mercado.” Sem falar em fatores regionais de logística, burocracia e infraestrutura e até os custos anuais com cada funcionário. Nesse sentido, Foguesatto chamou a atenção também para a importância das ferramentas de gestão.
O presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva, lembrou que a pesquisa foi uma demanda apresentada pelos empresários nos dois módulos (básico e avançado) do Seminário Nacional de Gestão Financeira Aeroagrícola, promovidos em 2020 pelo Sindag. “Trouxemos novos parâmetros para balizar os empresários nas negociações com clientes”. Já o secretário executivo da entidade, Júnior Oliveira, destacou que “não se trata de regulação de preços, mas de dar suporte para perceberem até onde é possível ir em uma negociação.” A Palestra Web integra o projeto Aviação Agrícola 2022 do Sindag, que tem patrocínio da Syngenta.
Confira a apresentação na íntegra: