A uruguaia Mirta Vanni de Barbot, considerada a primeira mulher piloto agrícola do mundo, morreu aos 101 anos de idade no dia 22 de março. Sua estreia na aviação agrícola ocorreu em 1946 (um ano antes do nascimento da aviação agrícola no Brasil), no combate a gafanhotos a serviço do Ministério da Agricultura e Pesca do Uruguai. Atualmente é conhecida como “la última langostera”, numa referências aos pilotos caçadores de “langostas” (gafanhotos, em espanhol) dos anos 1940.
Foi diretora dos Serviços Aeronáuticos do Ministério da Agricultura (quando todo o serviço aeroagrícola do Uruguai estava a cargo do governo). Ocasião em que viajou para nações como Estados Unidos e Nova Zelândia em intercâmbios para buscar técnicas e novidades em equipamentos para aprimorar os serviços aeroagrícolas no Uruguai.
Entre seus feitos, destaca-se o translado de aeronaves compradas nos Estados Unidos, seguindo pela Rota do Pacífico em uma época que não existia GPS e cruzando a Cordilheira dos Andes. Também liderou a equipe de pilotos que veio ao Brasil buscar as aeronaves Ipanema na fábrica da Embraer em São Paulo.
Seu espírito desbravador seguiu firme. No seu aniversário de 71 anos (em 1995), Mirta tornou-se a primeira mulher no Uruguai a bordo de uma aeronave de combate (um FAU-283 Dragonfly). O 80º aniversário foi comemorado com um salto de paraquedas. Uma força vital percebida ainda em 2018, quando Mirta recebeu em sua casa a equipe do Sindag/Ibravag, que entregou uma homenagem das entidades brasileiras – rendendo também uma entrevista publicada na revista Aviação Agrícola de dezembro/2018-fevereiro/2019.
O aniversário de 100 anos, em 2024, foi comemorado com a presença de celebridades e autoridades de seu país, no Aeroclube do Uruguai, onde tudo começou.