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Frota aumenta 7,21% Impulsionada pela produtividade no campo

Ano de 2025 começou com 2.722 aviões e helicópteros agrícolas registrados no Brasil

Publicado em: 05/08/25, 
às 16:49, 
por IBRAVAG

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O setor de aviação agrícola brasileiro passa por um momento de transformação e crescimento. Impulsionado pelo aumento da demanda da indústria alimentícia, moveleira, farmacêutica, textil e outras que são atendidas pelos cultivos que a aviação agrícola atende, o número de aviões e helicópteros destinado ao trato das lavouras aumentou 7,21% em 2024. Em dezembro do ano passado, havia em operação 2.722 aparelho. Do total das aeronaves,  61% estão nas mãos das empresas aeroagrícolas e 39%, de operadores privados. As demais pertencem ao governo, escolas e fabricantes.

O levantamento foi realizado pelo pelo economista e PhD em Adminsitração Cláudio Júnior Oliveira Gomes, diretor operacional do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), e integra a Análise da Frota Aeroagrícola Brasileira de Aviões e Helicópteros 2024. Os números mostram um alinhamento do setor aeroagrícola com a sua missão de garantir a segurança alimentar diante da expectativa de que a população mundial salte de 7,5 bilhões para 9,7 bilhões de pessoas até 2050, conforme projeção da ONU.

Outro fator apontado por Júnior Oliveira para o aumento da frota aeroagrícola brasileira, a segunda maior do mundo, é que o setor atende culturas que vêm apresentando um crescimento significativo ao longo dos anos, como  a soja e a cana-de-açúcar. “Nos últimos 20 anos, a soja cresceu mais de 4% ao ano e a cana, mais de 3% ao ano, tanto em área quanto em volume produzido”, pontua o pesquisador.

De acordo com estudo do Prohuma, 52% das aplicações em cana-de-açúcar dependem da aviação agrícola. Isso, explica Júnior OIiveira, torna a aviação agrícola diretamente proporcional ao crescimento dessa cultura. Na soja, a dependência é de 10%. “Em reais, a produção de soja em 2023 movimentou R$ 348 bilhões no Brasil, enquanto a cana-de-açúcar atingiu R$ 101,9 bilhões em valor comercializado”, destaca o pesquisador, reforçando a importância estratégica da aviação agrícola nessas cadeias produtivas.

ANÁLISE
Júnior Oliveira aponta que o setor aeroagrícola experimenta expansão no Brasil ancorado na demanda por alimentos e crescimento das culturas atendidas por ele

Também contribui para a aquisição de novas aeronaves a necessidade de modernização da frota. “A idade média da frota aeroagrícola brasileira é de 22 anos“, revela Júnior Oliveira. No seu entender, o  processo de modernização é fundamental, pois equipamentos mais novos garantem maior retorno financeiro e eficiência operacional.

Setor projeta movimentar R$ 8,680 bi ainda em 2025

O pesquisador Cláudio Júnior Oliveira Gomes, responsável também pelo estudo Perspectivas Econômicas e de Sustentabilidade Aeroagrícola 2025, lançado pelo Sindag (páginas 40 e 41), projeta negócios no segmento da aviação agrícola robustos.

“Estima-se que apenas a venda de aeronaves agrícolas movimente R$ 1,227 bilhão em 2025 e R$ 1,291 bilhão em 2028”, revela o estudioso. Com a prestação de serviços de aviação agrícola, o setor deve movimentar mais de R$ 8,680 bilhões em 2025, podendo ultrapassar R$ 10,2 bilhões em 2028, considerando uma média de aplicação de 50 mil hectares por aeronave, conforme estudo construído pelo Ibravag em 2023.

De acordo com levantamento do setor, só cinco culturas agrícolas representam R$ 114 bilhões, e a aviação agrícola atende ainda outras 22 culturas em todo o País. “O algodão, por exemplo, tornou o Brasil o maior exportador mundial da fibra, movimentando R$ 7,5 bilhões.

Air Tractor deve entregar 99 unidades no Brasil neste ano

A aviação agrícola brasileira entrou 2024 sustentada por um cenário de números expressivos e por marcas de grande relevância internacional. Segundo a Análise da Frota Aeroagrícola Brasileira de Aviões e Helicópteros, conduzida por Cláudio Júnior Oliveira Gomes, das 2.722 aeronaves voltadas à atividade de aplicação aérea, 51,65% são fabricadas pela Embraer.

LÍDER
Ipanema predomina na frota aeroagrícola brasileira com 51,65% do total de aeronaves

Entre seus modelos de maior presença da fabricante brasileira estão o Ipanema EMB-202, com 375 unidades, o EMB-201A, com 338, e o EMB-203, com 302 aeronaves. Na sequência, a norte-americana Air Tractor representa 27,44% do total, dominando com os modelos AT-502B (330 unidades) e AT-402B (158 unidades). Cessna Aircraft e Thrush Aircraft também são citadas como marcas relevantes no setor.

Apesar de desafios globais, sobretudo em relação às tarifas de importação — como as impostas pelo governo Trump de 25% para o Canadá e 10% para o Brasil —, revendedores da Air Tractor no País projetam a entrega de 99 unidades até o final de 2024.

Rodrigo Alves de Oliveira, gerente de vendas da AeroGlobo, reforça que a demanda pelos aviões agrícolas segue aquecida, mesmo diante das tarifas. A empresa prevê entregar 38 aeronaves para uso agrícola e duas para combate a incêndios – uma destinada à parceira argentina Falconer, destinada a treinamento de combate ao fogo e divulgação da comporta da Turbine Conversions.

A AgSur Brasil planeja entregar 25 aeronaves no Brasil este ano, somando 40 unidades comercializadas no Mercosul. Conforme relata o diretor da revenda Thiago Silva, a expectativa era ultrapassar as 33 unidades registradas por eles no Brasil em 2024, mas ajustes foram necessários devido à redução da produção pela Air Tractor.

Já a DP Aviação Agrícola projeta a entrega de 35 aeronaves até dezembro. O número é resultado do planejamento e reservas realizadas em 2021 e 2022.

Ipanema 203 se destaca com uso de etanol

Embora a participação dos modelos turboélices importados tenham apresentado crescimento na frota aeroagrícola brasileira, o protagonismo dos aviões de fabricação nacional segue consolidado. O levantamento de 2024 revela um cenário de equilíbrio entre a aquisição de modelos externos e a preferência pelo consagrado Ipanema, fabricado no Brasil.

O grande destaque é o Ipanema 203, que utiliza etanol como combustível, tornando-se uma escolha sustentável e inovadora. Atualmente, o modelo representa 18,7% de toda a frota aeroagrícola do país, evidenciando a crescente aceitação de soluções nacionais e ambientalmente responsáveis no setor.

Segundo Sany Onofre, líder da Aviação Agrícola da Embraer, nos últimos três anos foram comercializadas 180 unidades do Ipanema 203. Além de marcar presença em eventos de destaque, como o Bahia Farm Show, a Embraer tem investido na promoção da segurança operacional. Outro ponto relevante é o compromisso com a formação de novos profissionais. Atualmente, o time de suporte ao cliente Ipanema dá palestras em 100% das turmas de formação de pilotos agrícolas no Brasil.

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