Fortalecendo o espírito, valorizando as pessoas e desvendando números

Sindag e Ibravag lançam programa inédito de mentoria, com 28 consultores altamente capacitados atendendo gratuitamente 181 empresas associadas

Publicado em: 01/07/20, 
às 19:33
, por IBRAVAG

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“Revolucionário.” É assim que o consultor de empresas e planejamento estratégico Osmar Vicentin, com mais de 20 anos de estrada, define o Projeto Mentoria. A iniciativa do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), em parceria com o Instituto Brasileiro de Aviação Agrícola (Ibravag), vinha sendo gestada há dois anos para, de modo quase profético, sair do papel agora, em plena pandemia do coronavírus. Missão: aprimorar os processos de gestão das empresas de aviação agrícola, com foco no diagnóstico da situação atual, planejamento de longo prazo, sucessão familiar, plano comercial, plano de marketing, desenvolvimento de pessoas, gestão de custos e outros aspectos.

Com a ideia de fortalecer o setor, o plano oferecido gratuitamente aos 181 associados da entidade foi baseado em uma verdadeira rede de mentores. São 28 especialistas em planejamento estratégico, gestão de custos, cultura organizacional, coaching, entre outras áreas. Todos aceitaram doar seu tempo para auxiliar as operadoras aeroagrícolas a olharem mais da porteira (ou da porta do hangar) para dentro. Para tanto, cada profissional recebeu entre 5 e 7 empresas para orientar, escolhidas de forma aleatória.

O programa teve seu start em 30 de abril e segue até o final do ano, contemplando os associados em seus diferentes períodos de entressafra no País. Os encontros são em salas virtuais, por meio de diferentes plataformas de videoconferência – outra condição alinhavada há dois anos e que se adaptou perfeitamente ao cenário de Covid-19.

Projeto Mentoria complementa o conhecimento que os empresários aeroagrícolas têm da parte técnica, do dia a dia.

VICENTIN
20 anos de estrada e experiência em empresas e entidades do Brasil e Alemanha

AJUSTES

Conforme o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, como se trata de um projeto novo, é esperado que ainda ocorram ajustes. “Muitas empresas do setor já têm uma administração top, mas sempre é bom um novo olhar. Além disso, muitos mentores atuam em áreas complementares e alguns já conheciam o setor aeroagrícola. Isso também permite que eles interajam, potencializando os atendimentos”, completa.

Caso de Vicentin, que já havia ajudado o Sindag em 2018, na elaboração do Planejamento Estratégico da entidade até 2022. Onde a própria diretoria da entidade e empresários aeroagrícolas de todo o País haviam definido, no Programa de Melhoria Contínua da Aviação Agrícola, o propósito de qualificar todos os gestores do setor nos próximos cinco anos.

Com base em Florianópolis, Santa Catarina, e atuação em empresas e entidades empresariais do Brasil e Alemanha, Vicentin destaca que o Projeto Mentoria complementa o conhecimento que os empresários aeroagrícolas têm da parte técnica, do dia a dia. A ideia é fazê-los se posicionar estrategicamente em um cenário onde o mundo necessita cada vez mais de alimentos, mas com o desafio da eficiência: produzir sem avançar a fronteira agrícola. O que, para o consultor exige justamente tecnologias e gestão de ponta, “com a aviação agrícola no centro disso tudo”.

Meta: ser referência no mercado aeroagrícola

HOANA
Começo difícil e respeito conquistado em um mercado predominantemente masculino
Foto: Tânia Viana/divulgação

Às 9h54 chega o link via WhatsApp para o encontro da manhã, em um sábado agendado entre o consultor Osmar Vicentin e os gestores da Precisa Aeroagrícola Ltda, Hoana Almeida Santos e Flávio Cunha Lemos Filho. O especialista falando de Santa Catarina e os empresários conversando a partir do município de Lagoa da Confusão, interior de Tocantins, onde fica a empresa. A conversa começa às 10 horas, na sala meet.google.com, uma das muitas plataformas utilizadas pelos profissionais do Projeto Mentoria (escolhidas conforme a preferência de mentores e mentorados).

Vicentin repassa as tarefas do planejamento desenvolvido a partir do Business Model Canvas (com perguntas sobre nove áreas da empresa para fazer o diagnóstico), enquanto Hoana e Flávio vão relatando avanços e dúvidas. Em pouco mais de uma hora, novas diretrizes são alinhavadas para os empresários expandirem horizontes, agregando serviços que vão além do período da safra.

Diretora-executiva da Precisa, Hoana se entusiasma. “Fui surpreendida e estou adorando”, conta ao refazer o caminho que trilhou nos últimos 12 anos como empreendedora em um setor dominado por homens. Trajetória iniciada em luto, quando seu primeiro esposo faleceu. Era o negócio do casal e ela resolveu enfrentar sozinha esse universo desafiador. Hoje se diz confortável, mesmo tendo passado os primeiros sete anos encontrando soluções sozinha. O que também lhe permitiu conquistar respeito no setor – tanto que hoje é a primeira mulher eleita diretora do Sindag.

Atualmente, a empresária tem como sócio seu segundo marido. O engenheiro agrônomo Flávio Cunha Lemos Filho é também seu braço direito. Juntos, buscam agregar valor aos serviços oferecidos pela empresa, que atualmente conta com oito colaboradores. Embora nunca tenha pensado em fazer uma mentoria, o projeto do Sindag/Ibravag “serviu como uma luva”, diz ela.

A meta do casal é tornar a Precisa referência no trabalho aeroagrícola. Para tanto, uma estratégia é oferecer serviços também durante a entressafra. Proposta que está direcionando esforços para o estudo do perfil e necessidades de cada cliente. Um dos “temas-de-casa” da Mentoria e que tem a ver também com a definição do público-alvo da empresa.

Foco no desenvolvimento humano das operadoras

ALINE: mestrado internacional em Neuromarketing e professora da FGV

Unindo psicologia e neurociência, a professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Aline Dotta acredita que a pandemia está levando as pessoas revisitarem as escolhas feitas no início da carreira. “É o momento de olhar para o próximo e ajudar.” Foi com essa premissa que a mestre em Administração de Empresas com foco em Neuromarketing (pela Florida Christian University, nos Estados Unidos) aceitou o convite para fazer parte do Projeto Mentoria. Seu foco é a gestão de pessoas, o que ela considera o principal desafio para todas as empresas.

O trabalho passa por avaliar os recursos de cada empresa e trabalhar o desenvolvimento humano e organizacional. Com demandas que muitas vezes passam por organizar as responsabilidades tanto do dono do negócio, quanto da sua equipe. “Uma característica do setor aeroagrícola diz respeito à formação das empresas. A maioria nascida da paixão do piloto, que comprou seu avião e montou uma pessoa jurídica para prestar o serviço e cresceu”, resume Aline. “Assim, passam de pilotos a empreendedores. Nesta mudança de rotina, muitas vezes, têm um choque de realidade.”

O que, segundo ela, não é prerrogativa só da aviação agrícola. “Trata-se de um desafio comum a diferentes áreas”, comenta, com a autoridade de quem já atendeu mais de 280 empresas, de setores diversos. “Mas é diferente ser piloto e ser empresário.” Como empresários, os operadores precisam aprender a delegar funções, organizar uma rotina e desenvolver as pessoas. Em resumo: é sair do papel operacional e ir para o papel de gestor.

Assim, segundo a consultora, sua contribuição é provocar o autoconhecimento e o desenvolvimento da inteligência emocional. Em resumo, ajudando o dono da empresa a gerenciar melhor a sua equipe e, também, a si mesmo. Isso a partir da consciência dos seus pontos de melhor performance e os pontos que precisa desenvolver.

Vontade, garra e sonho não são suficientes

SCOLA: Foco em relacionamento interno, atendimento e inovação

Consultor em Transformação Cultural Alinhamento Organizacional, o engenheiro Roberto Scola faz uma analogia com a invenção do avião para mostrar a importância do conhecimento técnico para se atingir metas. “Como para voar não basta ter asas, garra e vontade – é preciso conhecer os princípios da física (…), também não basta só ter vontade, garra e sonho para ser gestor.”

Scola considera fundamental que o administrador do negócio tenha claro a filosofia de trabalho, bem como os planos táticos em cima dessa filosofia. “Essa cultura organizacional também deve ser comunicada a todos os colaboradores, dando uma unidade à organização”, assinala. Ele ainda reforça a urgência dessa atitude no quadro atual. “A Covid-19 deixou o mercado instável, exigindo uma gestão ágil e dinâmica para enfrentar as demandas que surgem a cada dia.”

Por cultura organizacional, Scola se refere a aspectos de relacionamento interno, atendimento e inovação. Ou seja, como a organização quer ser conhecida no mercado. “Coisas das quais não se abre mão, especialmente em tempos de crise e de poucas oportunidades.” O que abrange, por exemplo, comprometimento social e responsabilidade ambiental. “A empresa aeroagrícola precisa mostrar que faz mais que prestar serviço de pulverização”, conclui.

Reforço na imagem do setor aeroagrícola

AERODINÂMICA: Empresa de Erechim atua no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina
Foto: Bruna Back/divulgação

Sócio-diretor da Aerodinâmica Aviação Agrícola, no município gaúcho de Erechim, Mário Augusto Capacchi, o Italiano, revela estar entusiasmado com o trabalho desenvolvido pelo Projeto Mentoria em sua empresa. Orientado por Aline Dotta, ele conta que a iniciativa do Sindag/Ibravag se encaixou perfeitamente em seus planos, já que há tempos pensava em submeter a empresa ao diagnóstico de um profissional em gestão. Mesmo com o processo ainda em andamento, já percebe uma nova postura dos colaboradores em relação à empresa. “Um outro olhar”, resume.

Para Capacchi, a mentoria dará uma nova imagem para todas as empresas que aproveitarem a oportunidade. “A maioria das empresas aeroagrícolas começa com o piloto comprando, um, dois, três aviões, muitas vezes sem dar a atenção adequada a áreas como finanças e administração.”

Ele destaca a importância das ferramentas de gerenciamento que permitem ao gestor desenvolver o que de melhor cada pessoa na empresa tem a oferecer. Na mentoria, Capacchi ainda conta com o auxílio da funcionária Vanessa Pasquali. Segundo o empresário, pessoa chave nessa missão de gerenciar uma equipe que atua em operações no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Olhar renovado sobre o mercado

TICIANO: Empresário também atua como piloto na empresa em Mato Grosso

Como as demais empresas que atuam no Mato Grosso, a Garra Aviação Agrícola, situada em Primavera do Leste, enfrenta a concorrência direta de grandes produtores rurais que resolveram adquirir suas próprias aeronaves para o trato de suas lavouras. Segundo o sócio-gerente Ticiano Tomazi Bürgin, situação que exige esforço extra de gestão, para garantir (e mostrar) as vantagens da terceirização. Ainda mais considerando o fato de que os produtores têm menos encargos legais do que as empresas para operarem suas aeronaves.
Situação que também tornou o Projeto Mentoria precioso para os empresários locais. Assessorado pelo consultor Roberto Scola, Ticiano está focando mais na organização financeira e no cliente. Ele reconhece que o tempo na atividade – além de piloto, é operador aeroagrícola há 18 anos – fez com que descuidasse de pontos que considera importante no relacionamento com o mercado. “A mentoria trouxe um novo olhar para o nosso negócio”, comenta, explicando que a empresa é gerenciada por ele e sua esposa, Andréia Soares Marques, e reúne 12 funcionários em época de safra.

Cabeça nas nuvens, mas com os pés sempre no chão

Ser sustentável no período da entressafra é o grande desafio das empresas de aviação agrícola, segundo o educador corporativo empresarial Plínio Fernando Ribeiro. Como aeromodelista, o consultor do Projeto Mentoria se sente à vontade para ser provocativo: “É muito interessante ter a cabeça nas nuvens, mas com os pés no chão.” Isto é, quando o avião pousa, começa a gestão do negócio. Psicoterapeuta transgeracional e com MBA em Marketing, ele explica uma das carências do setor. “Tudo está na cabeça do piloto e a retaguarda, em solo, nem sempre tem conhecimento de gestão comercial ou de mídia. Ou mesmo de risco em relação à sazonalidade para investir e fazer com que, quando todos pousarem, a empresa continue voando.”

Ribeiro também destaca a providência da mentoria ter chegado neste momento em que a sociedade está às voltas com o coronavírus e sem certezas no amanhã. “Quem fizer um bom plano neste momento, vai se dar muito bem. Já aqueles que fizerem um planejamento mediano vão achar que esse trabalho não serve para nada.” E, de novo, provoca: “O empresário frente aos desafios 20/21 será um terreno fértil ou árido para as mudanças?” A resposta ele mesmo dá e é simples: “precisa ser um terreno fértil”. E isto, explica, não é dizer sim para tudo. É estar aberto ao que é bom.

O mentor lembra que a Covid-19 tornou imediatas exigências que o mundo teria daqui a cinco ou oito anos. Veio o distanciamento social e o home-office, logo, reuniões de trabalho ou sociais passaram a exigir investimento em uma boa estrutura de Internet para videoconferências. “As próprias mentorias estão sendo oferecidas por meio dessas ferramentas.”

Ribeiro também bate na tecla da gestão de pessoas – não é por acaso que sua empresa se chama Consultoria de Gente. “Além de entender do corebusiness, que é voar, pulverizar e fazer a manutenção do avião, o gestor precisa cuidar da saúde da empresa – gestão financeira, de marketing, comercial e de clientes. Ele tem que cuidar da saúde da terra do cliente e da saúde dos que compõem a empresa – da esposa que é gerente financeira, do irmão que é piloto e sócio; dele, que voa em outro lugar e dos demais funcionários.”

Com a mente aberta para evoluir

SANDRO
Gestor e piloto na empresa que opera no oeste gaúcho e no interior paulista

Atento às orientações do consultor Plínio Fernando Ribeiro, o diretor da Pulvesul Aviação Agrícola, Sandro Marques da Cruz, revela estar otimista com os resultados que poderá obter a partir do Projeto Mentoria. “A gente aprende muita coisa com o olhar de alguém que pensa fora da tua caixinha”, ressalta. A operadora aeroagrícola tem sede em Itaqui, no oeste gaúcho, e atua também em São Paulo, onde presta serviço em lavouras de cana de uma usina de cana-de-açúcar.

Cruz, que também é piloto, gerencia dez funcionários diretos e quatro prestadores de serviço. Ele admite que boa parte da administração da aeroagrícola é intuitiva. Por isso, conta que o programa oferecido pelo Sindag/Ibravag chega em boa hora, oferecendo a profissionalização de que necessita. O processo ainda está no início, na fase de diagnóstico. Mas ele se diz contente e com a mente aberta ao novo. “Quando alguém pontua uma situação diferente, é interessante pensar o que pode adaptar, o que a empresa pode evoluir com isso.”

CONFIRA A LISTA DE MENTORES

  • Aline Dotta
  • Ana Letícia Lunardi
  • Andrei Daniel dos Santos
  • Daiana Fiorentin Wendler
  • Dayane da Silva Jakel
  • Diego Brugnera
  • Edina Pereira
  • Ezequiel Schumann Rosa
  • Gilson Sálvio Zimmermann
  • Jean Pier Xavier de Liz
  • Júnior Oliveira
  • Rafael Jun Mabe
  • Luiza Utzig Modesti
  • Marcia Rodrigues Capellari
  • Marília Guenter
  • Pamela Fiuza
  • Roberta Bonet
  • Rodrigo Carrijo
  • Romualdo Francisco da Silva
  • Vanderlei Feldmann
  • Osmar Vicentin
  • Luciano Giannini
  • Gabriel Colle
  • Plinio Fernando Ribeiro Eng
  • Donario Lopes de Almeida
  • Robson Mendonça
  • Vânia Stoco Tomé
  • Roberto Scola

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