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Expectativa que áreade plantio de trigo cresça 7% na safra 2022/23

Operador aeroagrícola observa que tem visto maior investimento na triticultura

Publicado em: 30/06/23, 
às 13:53
, por IBRAVAG

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Depois de uma produção de trigo recorde de mais de 10,5 milhões de toneladas na safra 2021/22, o novo ciclo deve experimentar uma leve redução nos números, caso a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgada no 8º Levantamento da atual temporada, publicado em maio, se confirme. A expectativa é que a área plantada chegue a 3,3 milhões de hectares, ou seja, 7% maior do que no ciclo passado, projetando a colheita de 9,6 milhões de toneladas do grão.

O diretor da Aerodinâmica Aviação Agrícola, o piloto Mário Capacchi, conta que nos últimos três anos vem notando um aquecimento na triticultura. “O pessoal começou a investir mais, a plantar mais e, consequentemente, a colher mais, pelo menos aqui na minha região”, pontua o operador, que mais um ano viu seus aviões decolarem para atender a demanda nas lavouras de trigo.

Além de voar na região de Erechim/RS, onde fica a matriz da empresa e que inclui os municípios de Passo Fundo, Pontão e Vacaria, a aeroagrícola possui mais três bases em Santa Catarina – Garuva, Luiz Alves e Massaranduba. Capacchi diz que a maioria das áreas onde atua são pequenas, mas está satisfeito com a contratação. “Eu sempre voo no trigo, o problema é que os fazendeiros não usam muito o avião na cultura por causa do risco de perda das lavouras em função da geada.” Para entender: a geada costuma queimar as folhas da planta.

Série histórica nos últimos 13 anos

Área plantada
(Hectares)
Produtividade
(TONELADAS/HECTARE)
Produção
(TONELADAS)
20102.149,82.7365.881,6
20112.166,22.6725.788,6
20121.895,42.3114.379,5
20132.209,82.5025.527,9
20142.7582.1655.971,1
20152.448,82.2605.534,9
20162.118,43.1756.726,8
20171.9162.2254.263,5
20182.042,42.6575.427,6
20192.040,52.5265.154,7
20202.341,52.6636.234,6
20212.739,32.8037.679,4
20223.086,23.42010.554,4
20233.302,7*2.894*9.559,5*
* Previsão
Fonte: CONAB

Ciclo passado foi o mais produtivo da história da triticultura no Brasil

REFERÊNCIA: Faé destaca trabalho na Embrapa Trigo de melhoramento genético aliado ao manejo

A safra 2021/22 chegou mostrando um cenário positivo para os produtores do trigo, e o plantio da gramínea, a mais importante cultura do inverno, ultrapassou em torno de 11% a área produzida no ciclo anterior (2020/21) e uma produtividade/hectare na mesma proporção. “O Brasil nunca produziu tanto”, pontua o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Trigo, Giovani Stefani Faé.

De acordo com o gestor, o Rio Grande do Sul foi o responsável por esse resultado. O Estado conseguiu plantar mais de 1,4 milhão de hectares de trigo, alcançando 3,9 milhões de toneladas. Para o ano agrícola 2022/23, a produtividade deve baixar, mas ainda assim deve ser maior que na safra 2020/21. A Conab também prevê aumento da área cultivada no Paraná. Este Estado alterna com o Rio Grande do Sul a liderança no ranking, agora ocupada pelos gaúchos.

A alavancada na safra anterior foi impulsionada pelo preço atrativo do grão no mercado. Mesmo assim, o Brasil teve que importar 6,3 milhões de toneladas para atender o mercado doméstico, conforme Acompanhamento das Safras Brasileiras Grãos – Safra 2021/22 – 12º Levantamento da Conab. A nova safra está ainda na fase de plantio, principalmente nas regiões mais frias.

DESAFIOS

Apesar do boletim semanal Conjunturas da Agropecuária – Parâmetros de análise de mercado do trigo – médias semanais (22 a 26 de maio), também da Conab, apontarem condições boas para a safra 2022/23, o trigo é muito sensível às condições climáticas. Embora seja uma cultura de inverno, a geada, bem como a chuva em excesso, podem representar a perda da lavoura.

Ainda duas doenças assombram os produtores: no Sul, a giberela – causada pelo fungo Gibberella zeae (Fusarium graminearum) diminui a produtividade e contamina os grãos. Já nas regiões quentes, é a brusone, que queima as folhas da plantação, reduzindo a qualidade do grão. “Não é algo que se possa bater na pedra, mas na medida em que o la niña ceder lugar para o el niño, aumentando o volume de chuvas no Sul, pode ter uma pressão maior da giberela”, assinala Faé.

Pesquisas no sentido de reduzir a incidência das doenças e tornar a planta mais resistente às intempéries estão no escopo de trabalho da Embrapa Trigo. Todos os anos a unidade com sede em Passo Fundo/RS lança novos cultivares no mercado. O grande diferencial da central de pesquisa, para Faé, é que alia melhoramento genético ao manejo das lavouras, com o propósito de extrair melhor resultado econômico da plantação.

Produtor de arroz e soja, está no segundo ano do trigo

Quem resolveu investir na produção de trigo na safra passada foi o produtor rural João Paulo Silveira, parceiro do Grupo Quero-Quero, onde atua como gerente do Setor Santa Maria. Nas fazendas no município de Jaguarão, extremo-sul do Estado do Rio Grande do Sul, onde planta arroz e soja, na temporada 2021/22, reservou 180 hectares para o trigo. Neste ano, o espaço é menor – 130 hectares. “Acreditamos que o trigo tem potencial, vamos seguir plantando para melhorar o manejo”, conta o fazendeiro.

Silveira confessa que a primeira experiência lhe trouxe prejuízo devido ao excesso de chuvas, que acabou atrasando os tratos na lavoura, embora tenha contratado serviço de aviação agrícola, do mesmo modo que faz para as suas outras culturas. Segundo o produtor rural, no caso do trigo, usou a ferramenta aeroagrícola para colocar ureia na plantação sem compactar o solo. Também utiliza a ferramenta devido à agilidade, porque as janelas de aplicação são pequenas, pois na região venta muito. “Nós monitoramos bastante as condições do tempo para fazer o manejo no melhor momento e garantir a qualidade da aplicação”, assinala o produtor rural.

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