A consultora da Organização das Nações Unidas (ONU) Ana Carolina Paci destacou a importância das empresas aeroagrícolas também começarem a aderir individualmente ao Pacto Global da ONU. Isso embora desde 2016 o setor esteja representado no projeto pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação agrícola (Sindag). A sugestão ocorreu durante mais uma edição a série Palestra Web, promovida em novembro pelo sindicato aeroagrícola e pelo Ibravag.
No encontro, transmitido pelo canal do Sindag no YouTube, Ana Carolina citou o último relatório do sindicato à ONU, juntamente com a carta da entidade aeroagrícola renovando o engajamento ao programa. “É importante o pessoal dar uma olhada nesse relatório, para ver que tipos de ações podem ser feitas”, lembrou. “Trata-se da maior iniciativa de sustentabilidade empresarial do mundo”, completou. Além disso, o Pacto Global oferece metodologias e ferramentas para apoiar as empresas no alinhamento à iniciativa, na organização e metas.
Trabalhando diretamente com o engajamento aos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Pacto, Ana Carolina apresentou o Pacto Global a partir de uma linha do tempo desde os cenários que nortearam a criação da ONU, nos anos 40, passando pela Conferência de Estocolmo, em 1972 até a consolidação da iniciativa, em 2000. Neste caso, a partir do conceito de que o crescimento econômico global não pode ser descolado da atenção aos impactos ambientais e sociais desse crescimento.
“O Pacto é o braço da ONU que apoia as empresas a trabalharem com sustentabilidade de forma estratégica”, resumiu a consultora. Ela ainda apresentou a Estratégia 2030 da Rede Brasil, que busca aumentar o nível de ambição do setor empresarial do País no alcance das metas. “Até 2022, o foco será nos ODS 2, 5, 6, 13 e 16 (entre seus 17 itens).” Na prática, nessa ordem: Fome zero e agricultura sustentável, Igualdade de gênero, Água potável e saneamento, Ação contra a mudança global do clima e Paz, justiça e instituições eficazes.
Agenda pela sustentabilidade
A consultora destacou que a pauta ganhou ainda mais relevância a partir da pandemia do novo coronavírus. Isso porque a crise sanitária aumentou dramaticamente a exigência de uma agenda de sustentabilidade por parte das instituições. “Alinhados com a agenda dos ODS ganham mais competitividade e longevidade”, frisou a especialista, citando os 17 objetivos do programa da ONU (com 169 metas e 231 indicadores). “Setenta e oito por cento das empresas da Rede Brasil do Pacto Global integram os ODS na estratégia empresarial. E mais de 51% tornaram esse compromisso público.”
Entre as instituições, além do Sindag compõem a Rede a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), União da Industria da Cana de Açúcar (Unica), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e várias outras. Conforme o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, a instituição se enquadra pelo trabalho forte em várias frentes para aperfeiçoas o setor. Ele citou como exemplos a Academia de Líderes, o Projeto Mentorias e as próprias ações de prevenção à Covid-19. “Sem falar nas ações de reponsabilidade socioambiental das empresas, com campanhas comunitárias. No início (em 2016), eram três empresas que faziam isso. Hoje são cerca de 70.”