Segundo a Associação Nacional de Aviação Agrícola dos Estados Unidos (NAAA), os operadores norte-americanos voaram em média 274,5 horas em 2020 – contra 329,1 horas em 2019 e 278,2 horas voadas em 2018. Os dados são de uma amostragem feita até outubro, entre pouco mais de 15% as cerca de 1.560 empresas de aviação agrícola do País. No Brasil, a média das empresas aeroagrícolas foi de cerca de 500 horas voadas em 2020, mantendo-se estável desde o ano anterior. Isso segundo estimativa do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag).
“Apesar da frota aeroagrícola aqui ser menor (cerca de 2,3 mil contra 3,6 mil dos norte-americanos), no Brasil a aviação voa mais em lavouras, com menos aeronaves e ainda a um custo menor para o produtor”, explica o presidente do Sindag, Thiago Magalhães. Segundo ele, as operações chegaram a ter alguma queda no segundo semestres últimos meses devido à seca, principalmente no Centro-Oeste e no Sudeste. Mas com retomada no final do ano.
“Não vemos espaço para redução e horas de voo hoje no País. E a tendência é de que a média seja ainda maior se não houver uma entrada grande de aviões no mercado, devido à demanda crescente”, completa Magalhães. Além disso, o Sindag já havia divulgado em setembro a expectativa de crescimento de 3% para a frota do País em 2020, mesmo com a pandemia.
ESSENCIAL
Tanto aqui quanto na terra do Tio Sam o setor aeroagrícola foi considerado atividade essencial durante a emergência pelo coronavírus. O também que ajudou a manter o setor voando bem acima da tempestade da pandemia da Covid-19, no comparativo à aviação geral nos dois Países. Isso ficou claro em dois relatórios do mercado aeronáutico, divulgados em outubro.
O primeiro deles foi o da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), segundo o qual as companhias em todo o mundo teriam que fazer cortes de 40% a 52% apenas para empatar as contas em 2021. Segundo o documento, a possível recuperação de demanda que o setor esperava para o quarto trimestre de 2020 não deve se confirmar, devido aos novos ciclos de Covid-19 em diversos países. Segundo a Iata, a queda mundial no tráfego de passageiros este ano, no comparativo com 2019, deve ficar em 66%.
O outro documento sobre mercado da aviação geral é o 5º Anuário Brasileiro de Aviação Civil, lançado em outubro pelo Instituto Brasileiro de Aviação (IBA). O relatório demonstra uma projeção de retomada lenta para 2021 na aviação comercial. Com um cenário de quase normalidade na aviação geral (onde está a aviação comercial, a agrícola e todos os outros segmentos) já a partir de novembro.
O Anuário também traz a fala do diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, destacando o trabalho do setor aeroagrícola para consolidar sua importância nacional do setor. Principalmente a partir do aprimoramento técnico e de gestão promovido nos últimos anos pelo sindicato aeroagrícola junto a suas associadas.