Castor Becker Júnior_C5 NewsPress

A luta contra a institucionalização do absurdo

Publicado em: 09/10/23, 
às 15:16
, por IBRAVAG

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Seria uma piada, não fosse uma trágica realidade o quão longe conseguem chegar “verdades” sem o mais elementar lastro da lógica, quando se fala em aviação agrícola em nosso País. É inacreditável que se tenha chegado ao ponto do setor fazer uma campanha buscando recursos para uma ação de comunicação massiva para explicar o óbvio. Por exemplo, que as aplicações aéreas não perdem 50%, 60% ou mesmo 99,9% dos produtos que aplicam nas lavouras. Ainda mais considerando que, dependendo do produto aplicado, a carga de um avião agrícola de grande porte pode representar algo em torno de R$ 100 mil em apenas uma aplicação. Lembrando ainda que se trata sempre de um produto autorizado pela Anvisa e com receituário agronômico.

Isso sem mencionar que os operadores aeroagrícolas trabalham em um ambiente de agricultura empresarial, com exigência de formação no mínimo técnica de seu pessoal. Com tecnologias das quais o Brasil já tornou não só fabricante, como expoente internacional, focadas justamente em se ter o máximo de rendimento com o mínimo de perdas. Onde, aliás, qualquer fração de desempenho negativo já seria fatal para a atividade aeroagrícola.

Ou seja, se fossem verdade os absurdos ventilados contra o setor, o próprio mercado o teria extinguido. Não seria necessário nem a aprovação de qualquer um dos projetos de proibição distribuídos por Legislativos na base do copia-e-cola de cartilhas políticas contra o agronegócio e cujas justificativas, invariavelmente, misturam dados gerais de contaminação, independente da causa, mas atribuindo tudo à aviação. A tal ponto de dar a entender que é a ferramenta (e não as pragas e doenças típicas de uma agricultura tropical) o motivo do uso de insumos nas lavouras. Isso apenas por questão política ou há aí também alguma questão econômica ou industrial? 

Tampouco se teria que estar indo às mais altas cortes do País ou comparecido a debates em Legislativos em todo o território nacional para esclarecer que a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) não estuda proibir aviação agrícola (até porque dela fazem parte EUA, México, Canadá, Austrália, Israel e outros países com aviações agrícolas robustas). Que a Europa usa drones agrícolas e tem pulverização aérea (por helicóptero) contra mosquitos em cidades. Que a proibição da pulverização aérea no Ceará, a partir de 2019, não diminuiu os casos de contaminação por agrotóxicos no Estado (pelo contrário, tiveram ligeira alta depois disso).

E, finalmente, que não há estudos da Embrapa comprovando ineficácia ou falta de segurança da aviação agrícola. Pelo contrário: a pesquisa mais completa até hoje sobre isso ocorreu justamente em parceria com o setor aeroagrícola, reunindo seis centros de pesquisa da estatal e dez universidades parceiras, entre 2013 e 2017. Atestando não só a segurança da ferramenta aérea, como a necessidade urgente de um debate franco e despido de preconceitos sobre políticas para a segurança alimentar do Brasil.

Mas o fato é que, mais do que um esforço monumental para combater mitos e estereótipos, a campanha movida agora pelo Ibravag e Sindag nas redes sociais e na mídia tem a urgência da sobrevivência do setor e da própria segurança no campo. E, mais do que isso, soma-se ao trabalho ainda mais urgente em Brasília, nos Estados e até Municípios contra a institucionalização do absurdo.

JÚLIO AUGUSTO KÄMPF
Presidente do Ibravag

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