Quais as novidades em termos de tecnologia para combate aéreo de incêndios? Como as comportas colocadas no mercado em 2020 e já comercializadas na América Latina têm se comportado? Quais as tendências desse mercado que vem crescendo mesmo com a redução das chamas em 2021, quando o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) registrou 145.867 pontos de incêndio, enquanto em 2020 foram 177.295?
Essas e outros perguntas serão respondidas durante o VI Encontro Técnico da Revista Aviação Agrícola, que terá como palestrante Lucas Zanoni, do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Zanoni Equipamentos (Paranavaí/PR). A palestra Perspectiva e desafio no combate a incêndio com Aviação Agrícola será nesta quinta-feira (10/02), às 19h30, transmitida pelo Canal do Sindag no Youtube.
As inscrições para o Encontro Técnico são gratuitas (https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScDlPyjTP8gPlgZZhPxl5JHm4HJxQkDiISFv0Kk09pZlS9ypg/viewform?usp=sf_link), com direito a certificado para os inscritos que preencherem a lista de presença durante o evento. Importante: já no momento da inscrição, os interessados podem deixar suas perguntas para serem feitas ao palestrante durante o encontro.
QUALIFICAÇÃO
O Encontro Técnico da Revista Aviação Agrícola chega em sua sexta edição como forma do Instituto Brasileiro de Aviação Agrícola (Ibravag) cumprir o seu propósito de qualificar e contribuir para a constante inovação do setor. “Temos uma expectativa muito grande de que o Ibravag seja cada vez mais reconhecido como uma entidade parceira e atenta às necessidades da aviação agrícola como um todo”, observa o coordenador de Projetos do Ibravag, Rodrigo Almeida.
Dentro desse objetivo, a cada dois meses, um novo assunto é abordado, trazendo novidades em termos de pesquisas científicas e inovações tecnológicas. Para dar início à série Encontro Técnico deste ano, foi escolhido o tema combate a incêndio com aeronaves agrícolas pela sua importância no contexto da aviação agrícola.
Em 2021, conforme levantamento do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), cerca de 30 aeronaves agrícolas somaram 4 mil horas de voo, fazendo 10,9 mil lançamentos de água, auxiliando brigadistas a conter as labaredas em reservas naturais, parques, florestas e lavouras. Almeida reforça: “entendemos que o avião é uma ferramenta importante no combate ao fogo pela sua capacidade de abrir caminho para que o pessoal em terra consiga acessar os focos de incêndio com abafadores e assim extinguir as chamas”.
E pensando no uso sistemático da aviação agrícola no combate às chamas que o Sindag e Ibravag estão unidos em busca de uma legislação para que as aeronaves agrícolas façam parte da política nacional de combate a incêndio do Brasil. Neste sentido, está tramitando na Câmara dos Deputados (DF) o Projeto de Lei (PL) 4629/2020, de autoria do senador Carlos Fávaro.
EFICIÊNCIA
Diante da importância do tema, nesta quinta-feira, Lucas Zanoni falará sobre os resultados obtidos com os três modelos de comportas desenvolvidas pela Zanoni Equipamentos que estavam em teste em 2021. Também falará sobre o modelo mais recente, que teve sua primeira unidade instalada em dezembro de 2020 em aeronave de um parceiro de São Paulo e no ano passado foi acoplado a mais dez aviões agrícolas no Brasil e já está sendo comercializado no exterior.
De acordo com Lucas Zanoni, a comporta possui uma abertura 30% maior, uma descarga mais rápida e uma concentração maior do volume de água. “Os resultados foram muito bons, inclusive clientes relataram que com as comportas transversais da Zanoni conseguiram ter a mesma eficiência que com as longitudinais, que teoricamente teriam que ser mais eficazes”, comemora.
DISPERSÃO DE SÓLIDOS
A novidade fica por conta da parceria com a Agnav no desenvolvimento de um sistema para integrar a comporta usada no combate a incêndio no DGPS da Agnav para que ele faça também a dispersão de sólidos. “Eles estão trabalhando em um sistema que vai ser integrado ao DGPS da Agnav, mas também a um computador de bordo que vai possibilitar a regulagem da abertura durante o voo independente do modelo de DGPS usado na aeronave”, antecipa Lucas Zanoni.
Os demais sistemas comercializados pela empresa, que já equipou mais de 200 aeronaves com suas comportas para combate a incêndio no Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e África do Sul, são autônomos e funcionam com qualquer sistema de DGPS.