O consultor Sênior do BPA Brasil, Cláudio Júnior Oliveira, observa que o curso de capacitação oferecido pelo programa representa um novo paradigma para o setor. “Em primeiro lugar, destaco a metodologia de ensino customizada para a aviação agrícola”, aponta o gestor. Elenca ainda o agrupamento dos conhecimentos específicos, que estavam fragmentados em diversos cursos, além da democratização por meio da construção coletiva contando com diversos professores e profissionais experientes do setor.”
Segundo Júnior Oliveira, a capacitação oportuniza que empresários, pilotos, agrônomos, técnicos agrícolas e pessoal do administrativo conheçam todo o funcionamento de uma organização e as peculiaridades de cada setor. Uma forma de inclusão de pessoas da mesma empresa. “Para mim, um ponto muito importante são os números surpreendentes de acesso às aulas”, salienta o gestor.
Os números também são expressivos em relação às mentorias. Até maio deste ano, 52 empresas haviam feito o diagnóstico, o que impactou 1.042 funcionários, mais de 58,2 milhões de hectares atendidos e R$ 413 milhões de faturamento. Outro benefício apontado por Júnior Oliveira diz respeito à formação de professores, mestres e doutores com conhecimento em aviação agrícola.
“Temos mestres doutores em administração, em agronomia, economia, mas que não tinham atenção voltada para a aviação agrícola.” Júnior Oliveira considera essa conexão de conhecimento internos e externos ao setor fundamental para a adoção de inovações. Um projeto que conta com o aval do setor e de outras empresas, que reconhecem o trabalho desenvolvido pelo Ibravag, como a CropLife Brasil, que tem apoiado financeiramente o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola.
O QUE FAZ?
Coordenador aeroagrícola:
(é quem toma as decisões das operações de campo)
• determina de faixas de deposição e uniformidade de distribuição;
• calibração de aeronaves agrícolas;
• aspectos aerodinâmicos do voo aeroagrícola;
• fatores meteorológicos ligados ao voo agrícola.
Técnico executor:
(é o profissional que vai acompanhar e apoiar em terra a atuação de um avião agrícola durante sua operação)
• preparo de calda;
• abastecimento da aeronave, tanto de combustível, quanto da calda para aplicar;
• instalação dos equipamentos na aeronave.
Processo junto ao Mapa demorou um ano
O engenheiro agrônomo mestre em tecnologia de aplicação e coordenador de aviação agrícola João Miguel Ruas esteve na linha de frente do processo de habilitação do Ibravag como estabelecimento de ensino dos cursos de Coordenador (CCAA) e Técnico Executor (CTEAA). Segundo ele, a tramitação no Mapa demorou um ano, devido ao alto número de exigências, incluindo até cadastramento da entidade setorial no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA-RS), onde fica a sede da entidade.
Ruas também precisou pedir uma licença ao órgão regulador para atuar no Estado sul-rio-grandense, como responsável técnico dos dois cursos. A providência foi necessária porque o engenheiro é associado do CREA Paraná, Estado onde desenvolve suas atividades profissionais e é consultor do Ibravag e do Sindag. Agora com os registros em dia, a ideia é ampliar o leque de cursos sob a chancela do Mapa.
Conforme Ruas, o próximo curso a entrar no portfólio do Ibravag é o de Aplicador Aeroagrícola Remoto (CAAR), exigido para operar drones de pulverização. Um caminho que, segundo Ruas, deverá ser mais rápido porque o Ibravag agora já é parceiro do ministério.