Aspectos legais e técnicos na mistura de defensivos agrícolas foi o tema do IX Encontro Técnico da Revista Aviação Agrícola. O assessor técnico do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), o engenheiro agrônomo Filipe Barbosa, pós-graduado em Proteção de Plantas e em Direito no Agronegócio, fez um apanhado histórico dos avanços da legislação que rege as aplicações de agrotóxicos no Brasil e seu uso no dia a dia dos operadores aeroagrícolas. Também chamou a atenção para a qualidade da água para garantir a melhor performance do produto.
A palestra, que pode ser acessada no canal do Sindag no YouTube, integra a série de Encontros Técnicos da Revista Aviação Agrícola, uma publicação trimestral do Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag), com apoio do Sindag. A live foi comandada pelo coordenador de Projetos do Ibravag, Rodrigo Almeida, que destacou o grande público e a importância prática da live transmitida on-line no dia 1º de setembro. Inclusive, depois do encontro, vários operadores consultaram Barbosa sobre receituário agronômico. Discussão que deve ser ampliada em nova live ainda a ser marcada.
Na parte dos Aspectos Legais, Barbosa apontou as especificações da Lei 7.802 de 1989, que define o que são agrotóxicos e os critérios para a sua utilização. Também falou sobre o Decreto 4.074 de 2002, que regulamenta a chamada Lei dos Agrotóxicos e acrescenta o que são aditivos, mencionando pela primeira vez o termo adjuvante, empregado em misturas com produtos formulados para melhorar a aplicação. E finaliza com a IN 40, de outubro de 2018. O dispositivo avança na regulamentação do uso dos agroquímicos, direcionando as responsabilidades, bem como explica como deve ser o receituário agronômico.
QUALIDADE DA ÁGUA
Diante de uma legislação específica, que exige que o profissional se conecte com o problema apresentado pelo solicitante a partir do conhecimento da área plantada e da cultura, Barbosa destaca a importância da qualidade da água no preparo da calda. “Eu vejo que temos muitos problemas relacionados ao nosso solvente universal. Sempre que possível, muito antes de se pensar em mistura de defensivos, você tem que focar na qualidade da água”, sinaliza o assessor técnico do Sindag. E alerta: “Se você não ficar atento à qualidade da água, você perde todo o seu processo”.
Barbosa entende que a questão da água é um tema mais sensível, porém de extrema importância para a qualidade da aplicação. “Você pode ter o melhor produto, a melhor ponta, o melhor bico, o melhor atomizador rotativo, o melhor piloto, a melhor aeronave, se você falhar no pH, você falha na eficiência da sua aplicação”, enfatiza. Para ele, o tema é negligenciado, inclusive dentro da academia, mas, citando o especialista em aplicação de agroquímicos Alan McCracken, “é aqui que se mata o princípio ativo do defensivo”.
A falta de cuidado com o pH da água faz o produto perder a eficiência e consequentemente passa a exigir mais entradas na lavoura. Barbosa chama a atenção para o aumento do custo em termos ambientais, sociais e econômicos. E lembra o artigo 255 da Constituição Federal de 1988: “todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado”. Por isso, aconselha a procurar um revendedor comprometido em resolver o seu problema e um profissional habilitado para preencher o receituário agronômico.Para assistir à palestra na íntegra, clique AQUI.