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Aviação agrícola realizou mais de 10 mil ataques contra incêndios em 2021

Segundo levantamento do Sindag, foram lançados 19,5 milhões de litros de água em mais de 4 mil horas de voo para proteger brigadistas, reservas naturais e lavouras no País

Publicado em: 25/01/22, 
às 12:16
, por IBRAVAG

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Em 2021, a aviação agrícola brasileira voou mais de 4 mil horas em operações de combate a incêndios pelo País, realizando 10,9 mil lançamentos contra as chamas. O que, por sua vez, representou 19,5 milhões de litros de água usados para proteger biomas naturais, lavouras e até instalações e residências dentro das áreas de incêndio. As operações envolveram em torno de 30 aeronaves, além de cerca de 45 pilotos e 40 profissionais de apoio nas bases. Uma força que também ajudou a garantir a segurança de centenas de brigadistas e voluntários nas equipes que atuaram em solo contra os incêndios.

O cálculo é do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e foi feito com base em informações repassadas pelas próprias empresas que atuaram nesse tipo de operação durante o ano. Além de dados da Transparência de órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que contratam empresas aeroagrícolas para a temporada de chamas.

Segundo o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, os dados refletem principalmente operações para proteger reservas naturais, como o Pantanal no Mato Grosso do Sul, Chapada dos Veadeiros, em Goiás; Serra da Canastra, em Minas Gerais; Chapada Diamantina, na Bahia, e Parque Nacional de Brasília. Além de áreas de Cerrado e Caatinga no Nordeste e áreas de proteção em São Paulo. Em muitos locais, com aviões tendo que retornar depois de algum tempo, devido ao surgimento de novos focos de incêndios.

PRODUTORES

“Além disso, mais uma vez tivemos uma demanda forte por parte de produtores rurais, que há cerca de quatro anos têm apostado mais no apoio aéreo para o pessoal que combate as chamas em solo”, ressalta Colle. Isso ocorre principalmente no interior de São Paulo e no sudoeste goiano. Nesses locais, a ferramenta aérea integra os planos de contingência de produtores principalmente de cana e milho.
Em Goiás, pelo menos quatro empresas associadas ao Sindag prestam serviço aos produtores rurais na entressafra do trabalho em lavouras. Elas pararam de dispensar todos os pilotos e pessoal de apoio entre julho e setembro e mantém um serviço de prontidão contra as chamas.
“Funciona assim: as empresas aeroagrícolas mantém aviões prontos para decolar e os pilotos se revezam nos plantões, junto com pessoal de apoio de solo (para o abastecimento das aeronaves com água e combustível nas operações). “Os produtores se cotizam para pagar o custo da prontidão e, quem aciona o serviço, paga as horas de voo da operação”, destaca o executivo do Sindag. Já em São Paulo, as usinas sucroenergéticas pagam por demanda, quando os brigadistas em solo entendem que não vão conseguir dar conta sozinhos do incêndio.

Combates aumentaram, apesar dos focosterem diminuído segundo Inpe

O aumento das horas voadas em combate a incêndio pelos pilotos agrícolas ocorreu mesmo com a diminuição do número de focos de incêndios no país, no comparativo entre as temporadas das chamas de 2020 e 2021. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram cerca de 21% menos focos de incêndios em 2021, em relação ao ano anterior.

“Acreditamos que isso ocorre devido a dois fatores. Um deles é que mais produtores rurais estão fazendo uso desses serviços – além de proteger instalações e lavouras nos incêndios das plantações, para evitar que as chamas atinjam reservas naturais em suas propriedades (o que, além das perdas materiais, gera multas)”, destaca o diretor do Sindag.

O outro fator, segundo Colle, é que em 2021 as operações aéreas de combate a incêndio continuaram intensas em outubro. Ou seja, já dentro do tempo em que, em outros anos, as empresas aeroagrícolas estariam voltando ao trabalho em lavouras, com o fim da entressafra (que vai de julho a setembro). De acordo com o Inpe, entre julho e outubro de 2021 foram detectados em todo País 145.867 focos de incêndios. Contra 177.295 focos em 2020, no mesmo período. Só outubro de 2021, foram 28.342 focos de incêndios no Brasil”, assinala Colle.

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