Piloto agrícola centenária e faceira

A uruguaia Mirta Vanni, a primeira mulher piloto agrícola do mundo, completou 100 anos no início de 2024, com festa no aeroporto

Publicado em: 19/08/24, 
às 23:21
, por IBRAVAG

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Foi em janeiro, dia 3. A uruguaia Mirta Vanni, primeira mulher piloto profissional de seu país e provavelmente a primeira piloto agrícola do mundo completou 100 anos de idade. Com direito a autoridades do país participando de uma grande   festa no Aeroclube do Uruguai,   junto ao Aeroporto Internacional Ángel Adami (aeroporto de Melila), a noroeste da capital Montevidéu. À tarde, a festa com os familiares na casa no bairro Pocitos, na zona sul da capital.

Nascida em 1924 em Carmelo, cidade à beira do Rio da Prata no departamento de Colonia, Mirta Vanni. Até os 13 anos costumava ir, sempre que podia, ao campo de aviação local, admirar os aviões. Com a morte do pai, aos 14 foi para Montevidéu com a família, onde cursou o ensino médio e o curso de datilografia (já pensando e trabalhar). Em 1940 se inscreveu no serviço voluntário e fez o curso de enfermagem, seguido de um curso de enfermeira para avião. Foi quando, aos 16 anos, surgiu uma bolsa de piloto amador para enfermeiras – desde então ela nunca mais deixou a aviação.

Indo adiante, ela se tornou em 1943 a primeira mulher piloto profissional (Brevê Classe B) de avião em seu País. Como também faltava quem sabia trocar o óleo ou a vela de um motor de avião (como contou em entrevista à imprensa em seu país), ela já fez também o curso de mecânica aeronáutica.

GAFANHOTOS

Ainda nos anos 1940, o Uruguai sofreu grandes invasões de nuvens de gafanhotos. Com o combate por terra sem efeito à praga, o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca resolveu adquirir três aviões agrícolas. Mirta foi ao Ministério se candidatar e acabou ocupando uma das três primeiras vagas para o serviço de piloto do órgão. Gostou e se dedicou tanto que chegou a ser chefe do Serviço Aéreo do Ministério.

Nesse cargo, ainda contratou outras duas mulheres pilotos para o órgão. Também   passou três meses na Nova Zelândia, aprendendo novas técnicas aeroagrícolas. Foi aos Estados Unidos buscar novos aviões AeroComander, projetados por Leland Snow (com quem tirou foto), antes dele fundar a Air Tractor. E voltou pela rota do Pacífico, o que fez ela atravessar os Andes para chegar em casa.

Para completar, nos anos 1970 veio ao Brasil, junto com colegas, retirar 10 aviões Ipanema que o Uruguai havia comprado junto à Embraer para seu Departamento. Mirta chefiou por 40 anos o Departamento de Aviação Agrícola de seu País. Em 2018, ela recebeu em sua casa a equipe brasileira da revista Aviação Agrícola, para a entrevista que foi destaque na edição nº 2 da publicação, no início de 2019.

A uruguaia também conheceu a brasileira Ada Rogato, a primeira piloto agrícola de nosso País. Ada voou pela primeira vez em lavouras em 1948, menos de seis meses depois do próprio nascimento da aviação agrícola brasileira.

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