A sede do Instituto Pensar Agropecuária (IPA) e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília, foi o palco do lançamento da cartilha Compromissos da Aviação Agrícola com a Agenda 2030 do Pacto Global da ONU. A movimentação foi em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Como ponto alto de uma programação que teve pela manhã a Assembleia Geral do Sindag e, à tarde, o Seminário da Aviação Agrícola. Tudo em formato híbrido – com 40% dos mais de 50 associados participantes marcando presença na capital federal.
A cartilha da Agenda 2030 aponta cada uma das ações propostas e as já em andamento pelo setor aeroagrícola no âmbito do Pacto Global. O foco é ajudar o País a colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030, dentro dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU. “Os países aderem ao Pacto e, em cada país, as entidades aderem para ajudá-lo a atingir essas metas. No Brasil, o Sindag participa desde 2016 da iniciativa (com adesão reconhecida pela ONU)”, explicou o diretor-executivo da entidade aeroagrícola, Gabriel Colle, quando apresentou a publicação no encontro de associados.
“Sustentabilidade não é moda. É algo fundamental. Também não é discurso, é prática. É assim na aviação agrícola brasileira”, destacou a presidente do Sindag, Hoana Almeida Santos, sobre a importância do documento. Ela, aliás, havia dado entrevistas no dia anterior à imprensa da capital reforçando a importância do documento – uma delas inclusive ao vivo (acesse pelo QR Code nesta página).
DESAFIO E VIRTUDES
A cartilha do Pacto Global também destaca o grande desafio do setor no combate a mitos sobre a atividade. Ressalta ainda a importância da aviação agrícola em uma época de mudanças climáticas claras. Já que é a ferramenta que melhor consegue aproveitar as janelas climáticas (cada vez mais curtas) para aplicações seguras de produtos químicos ou biológicos em lavouras.
Além do setor contribuir significativamente para a emissão de gases do efeito estufa – leva apenas um décimo do tempo das máquinas terrestres em suas operações, tem mais de um terço da frota movida a etanol e é extremamente eficiente na adubação verde (que sequestra carbono da atmosfera). Ao mesmo tempo, é essencial para o combate a incêndios e pode ser usada ainda na recuperação de áreas degradadas.
Reforma fiscal, mitos e política
Na parte da tarde, a movimentação começou pela palestra sobre o cenário econômico do setor, a cargo do economista chefe da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Renato Cochon. O destaque ficou por conta dos possíveis impactos da Reforma Tributária sobre as empresas de aviação agrícola. Cochon também falou sobre o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul (Estado que tem a segunda maior frota aeroagrícola do País) no Produto Interno Bruto (PIB) do País.
Na sequência, o coronel-aviador Carlos Henrique Baldin, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), falou sobre rotinas nas investigações, causas de acidentes e recomendações de segurança. A movimentação da tarde teve ainda discussões sobre o uso político de mitos contra o setor, os reflexos das campanhas eleitorais e a ideologia contra o agro. Tudo isso com o contraponto do trabalho de esclarecimento feito nos Estados – em conjunto com as associadas e parceiros, além das ações institucionais em Brasília.