Novos cursos de qualificação devem integrar o programa de capacitação do Instituto Brasileiro de Aviação Agrícola (Ibravag) a partir de maio. A entidade setorial assinou com a Embrapa Clima Temperado, com sede em Capão do Leão (RS), Protocolo de Intenções para o aperfeiçoamento de agrônomos, técnicos agrícolas e pilotos, ou seja, profissionais que atuam nas operações aeroagrícolas. A intenção é aproveitar a expertise de mestres e doutores da estatal para aprimorar a eficiência e segurança em campo.
A cerimônia que firmou a parceria ocorreu no dia 18 de fevereiro, durante a 32ª Colheita Oficial do Arroz e Grãos em Terras Baixas, dentro do estande da Embrapa. O documento foi assinado pelo conselheiro do Ibravag Alan Sejer Poulsen, representando o presidente da entidade, Júlio Augusto Kämpf; pela diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da estatal de pesquisas, Adriana Martin; e pelo chefe da Embrapa Clima Temperado, Roberto Pedroso de Oliveira.
A iniciativa prevê cursos de aperfeiçoamento inicialmente somente no Rio Grande do Sul, mas há a intenção de expandir o projeto para todo o País. Com o convênio firmado, a estatal e a entidade setorial devem agora discutir detalhes sobre o currículo, dinâmica e prazos para os cursos.
VANGUARDA
O ato em Capão do Leão reforça a região como vanguarda da aviação agrícola no Brasil. O conselheiro do Ibravag, entusiasmado com a iniciativa, assinalou que a aviação agrícola nasceu em Pelotas (RS), que fica ao lado do município sede da Embrapa com quem está sendo construída a parceria. “Isso reforça o papel da região como um polo de tecnologias”, observa Alan Poulsen.
A importância do Protocolo de Intenções ganha novas dimensões com o aumento do número de aviões agrícola no Brasil. De acordo com levantamento Frota Brasileiras de Aeronaves Agrícolas, divulgado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), na mesma solenidade, o setor cresceu 3,4% em 2021, representando 80 unidades a mais que em 2020. E para 2022, existe reserva de mais 80 aparelhos para entrar no mercado brasileiro.
Para Alan Poulsen, o relatório elaborado pelo ex-diretor do Sindag e consultor Eduardo Cordeiro de Araújo a partir de consulta ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), reforça a necessidade de aperfeiçoamento do pessoal técnico envolvido com as operações em campo. “Nossos agrônomos, técnicos e pilotos precisam estar familiarizados com as novas tecnologias em produtos e formas de aplicação. E quem melhor do que a Embrapa conta com a expertise para aprimorar esse pessoal?”, resumiu.
CONHECIMENTO
A diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Martin, reconheceu o empenho dos pesquisadores da estatal de pesquisa e parabenizou toda a equipe pelo trabalho desenvolvido. Também deixou claro a importância da disponibilização do conhecimento gerado para o setor produtivo. “Essas parcerias são muito importantes para esse trabalho”, enfatizou a diretora da estatal.
A relevância da aviação agrícola para o setor arrozeiro e, em especial, para a estatal de pesquisa foi destacada pelo chefe local da Embrapa. Roberto de Oliveira reafirmou a satisfação da parceria e espera que esta seja a primeira de muitas para qualificar o setor aeroagrícola.” Destacou ainda que é fundamental para a Embrapa “otimizar a expertise para ajudar os parceiros.”
Vale lembrar que a Embrapa Clima Temperado participou do projeto Redrago, com outras cinco unidades da estatal. Desta vez, a parceria foi entre Embrapa e Sindag e ocorreu entre 2013 e 2017, tendo como resultado a maior pesquisa feita no País sobre tecnologias de aplicação terrestres e aéreas. O projeto envolveu dez universidades e uma empresa de tecnologia.